Nascida em Al-Baghdadi, inicia sua cartografia existencial com a marca de estrangeira em sua identidade com dupla cidadania. Tal fato delineia sua singularidade com uma abertura para conhecer outros mundos e processos de subjetivação diversos. Isso se manifesta em sua escolha profissional, a Psicologia, que a permite conhecer infinitos particulares por meio da escuta em sua atividade clínica e de pesquisa. Esse estrangeirismo comparece também em sua formação acadêmica e na maneira como produz conhecimento: gosta de transitar pelas disciplinas. Ainda enquanto graduanda, inicia suas atividades de pesquisa e intervenção a partir de um projeto de extensão destinado a acolher trabalhadores que apresentavam algum tipo de adoecimento psíquico relacionado à sua atividade profissional. A partir de então se dedica intensamente à área de Saúde Mental e Trabalho. Atuando na clínica, pesquisa, consultoria e assessoramento de políticas públicas relacionadas à saúde mental do trabalhador. Atuou também nas políticas públicas de assistência social, desempenhando atividades voltadas à atenção e prevenção de situações de risco, intervindo em situações de vulnerabilidade social, trabalhando para o Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários afim de desenvolver potencialidades e aquisições pessoais e coletivas. O interesse pela área Social culmina na produção de sua dissertação de Mestrado em Psicologia Social: Trabalho, Sociabilidade e Saúde. Um novo ciclo inicia-se em sua vida com a experiência da maternidade, o que transforma também sua vida profissional mudando seu interesse de pesquisa e atuação. Antes imersa no mundo masculino do trabalho e da política redireciona sua atenção às questões sobre o feminino, o cuidado-de-si e escuta do Inconsciente. Coincidindo com o seu processo de análise pessoal, sua clínica é norteada pela ética do bem dizer, a qual se opera pela palavra, inspirada pelo método terapêutico criado por Freud. Estrangeira também na Psicanálise compõe sua clínica respirando com outros discursos como o da filosofia da diferença (Esquizoanálise), literatura, antropologia, as artes-manuais e os transaberes. Transitou pelo mundo acadêmico atuando como docente em cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia e no período da pandemia atuou como docente no Atelier Nina Veiga, no qual iniciou sua pesquisa na Pós-graduação de Artes-manuais-para-terapias.